Questões de Concurso
Filtrar
751 Questões de concurso encontradas
Página 97 de 151
Questões por página:
“Ora, isto não o dizem os livros platônicos. Suas páginas não encerram a fisionomia daquela piedade, nem as lágrimas da compunção, nem ‘o vosso sacrifício nem o espírito compungido, nem o coração contrito e humilhado’, nem a salvação do povo, nem a cidade desposada, nem o penhor do Espírito Santo, nem o cálice do nosso resgate. Lá ninguém canta: Porventura a minha alma não há de estar sujeita a Deus? ‘Depende d'Ele a minha salvação, porquanto Ele é o meu Deus e Salvador. Ele me recebe e d'Ele não me apartarei mais.’ Nos livros platônicos ninguém ouve Aquele que exclama ‘Vinde a Mim, vós, os que trabalhais’. Desdenham em aprender d’Ele, que é manso e humilde de coração. ‘Escondestes estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelastes aos humildes’.”
DE HIPONA, Agostinho. Confissões. São Paulo: Abril Cultural,1980
No trecho citado, é correto afirmar que, para Agostinho de Hipona, a doutrina platônica é
I. Reuniu o significado que representa a disciplina, entendendo a amplitude de alcance da disciplina e dos aspectos que formam o currículo.
II. Estabeleceu uma identidade do Ensino Religioso.
III. Deixou de realizar o que é de seu ofício, de ensinar o comportamento correto, o conteúdo elaborado da disciplina e as orientações curriculares nacionais.
Quais estão corretas?
Considere a passagem abaixo:
A substituição do reino do dever ser, que marca a filosofia anterior, pelo reino do ser, da realidade, leva Maquiavel a se perguntar: como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado estável? O problema central de sua análise política é descobrir como pode ser resolvido o inevitável ciclo de estabilidade e caos. Ao formular e buscar resolver esta questão, Maquiavel provoca uma ruptura com o saber repetido pelos séculos. Trata-se de uma indagação radical e de uma nova articulação sobre o pensar e fazer política, que põe fim à ideia de uma ordem natural eterna. A ordem, produto necessário da política, não é natural, nem a materialização de uma vontade extraterrena, e tampouco resulta do jogo de dados do acaso. Ao contrário, a ordem tem um imperativo: deve ser construída pelos homens para se evitar o caos e a barbárie, e, uma vez alcançada, ela não será definitiva, pois há sempre, em germe, o seu trabalho em negativo, isto é, a ameaça de que seja desfeita.
(SADEK, Maria Tereza. Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù. In: WEFFORT, Francisco (org.). Clássicos da política, vol.01. São Paulo: Ática,2001. p.17-18.)
Considerando o argumento de Maria Tereza Sadek, em seu texto intitulado Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù, é correto afirmar:
Eis como ainda no início do século XVII se descrevia a figura ideal do soldado. O soldado é antes de tudo alguém que se reconhece de longe; que leva os sinais naturais de seu vigor e coragem, as marcas também de seu orgulho: seu corpo é o brasão de sua força e de sua valentia. [...] Na segunda metade do século XVIII, o soldado tornou-se algo que se fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas; lentamente uma coação calculada percorre cada parte do corpo, se assenhoreia dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponível e se prolonga, em silêncio, no automatismo dos hábitos.
(FOUCAULT, Michel. Os corpos dóceis. In: FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes,1999, p.162.)
Levando em conta essa passagem e a obra em que está inserida, é correto afirmar que, para Michel Foucault, instituições como escolas, quartéis, hospitais e prisões são exemplos de espaços em que, a partir do século XVIII, os indivíduos: